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A mostrar mensagens de 2007

Cais da Europa

Chama-se Cais da Europa e promete um diário não oficial da presidência portuguesa da União. É escrito por jornalistas da Visão. A visitar em caisdaeuropa.blogspot.com

Aristides de Sousa Mendes - um cônsul rebelde, uma referência humanista

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Homenagem a uma grande figura portuguesa Aristides de Sousa Mendes - um cônsul rebelde, uma referência humanista Há 67 anos, entre 17 e 24 de Junho de 1940, um diplomata desobedecia às ordens do Presidente do Conselho e Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, António de Oliveira Salazar e, num gesto de grande humanismo, que o marcará até ao final dos seus dias, salva milhares de homens, mulheres e crianças, da fúria do III Reich e do início da Segunda Guerra Mundial Aristides de Sousa Mendes nasceu perto de Viseu, em Julho de 1885, numa família aristocrática, conservadora, católica e monárquica. Cursou Direito na Universidade de Coimbra, tendo, à semelhança do seu irmão gémeo, ingressado na carreira diplomática, onde desempenhou diversos cargos em Zanzibar, no Brasil, nos Estados Unidos, em Espanha e na Bélgica, onde ficou dez anos, tendo recebido, do rei Leopoldo III, a mais alta condecoração belga: Comendador da Ordem da Coroa. Em 1938, Salazar assina a ordem de transferência

«25 de Abril é a ponte de Lisboa»

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Salazar foi rei de Portugal, Otelo foi seu ministro e Marcelo Caetano «fez» o 25 de Abril. Os professores ficam de boca aberta, mas o certo é que o tema é «maltratado» nas escolas. E também há pais que corrigem e insistem que antes havia liberdade. Ou os pais ensinam em casa ou então as crianças e jovens do século XXI pouco sabem sobre o 25 de Abril e a Revolução dos Cravos. Na escola, ou não sobra tempo para chegar a este tema, ou a matéria é dada muito «pela rama». E acontece também os próprios docentes não estarem motivados para abordar uma questão que é ainda muito recente e, por isso, desconfortável. O PortugalDiário foi falar com professores de História do 6º, 9 e 12º ano (anos em que é suposto leccionar a matéria relativa à ditadura de Salazar e ao 25 de Abril) e recolheu algumas respostas de alunos que deixaram os docentes de boca aberta: - «25 de Abril é uma ponte que existe em Lisboa»; - «Uma das canções-senha foi «E depois de Deus»; - «Quem fez o 25 de Abril foi o Marcelo Ca

Quem percebe de política...

Recuperando um comentário do Livro de Visitas sobre O acesso à profissão de jornalista ... Bem... O meu comentário poderá parecer, à primeira vista, algo suspeito por ser o "gato" referido no blog. Gostaria apenas de deixar clara a minha opinião... Quem percebe de política são os políticos... Quem percebe de ecomomia são os economistas... Mas quem realmente sabe escrever o que eles dizem, são os jornalistas! (c) Nuno Martins

Concordo com o João Peseiro

Mais um comentário - sobre O acesso à profissão de jornalista - publicado com a devida autorização do autor... Concordo com o João Peseiro Se o acesso à profissão de jornalista se limitasse àqueles que têm diplomas de Comunicação Social ou Jornalismo, estaríamos feitos. Eu falo por experiência própria; (tal como tu) tirei um curso desses e posso dizer, com muita sinceridade, que pouco ou nada aprendi sobre jornalismo no curso de Comunicação Social do ISCSP. Acredito que alguém com formação em letras, direito, economia ou outra coisa qualquer possa vir a ser muito melhor jornalista do que qualquer um de nós, vindos de cursos de comunicação social. Miguel Sousa Tavares (direito), Isabel Silva Costa (germânicas), Adelino Gomes (história), Onofre Costa (direito) são apenas alguns dos nomes que me vêm à cabeça de jornalistas que não são formados em Com. Social. Ter ou não um canudo de comunicação social deve ser irrelevante para o acesso à profissão. Obrigatória devia ser, isso sim, a freq

Matar o mensageiro

Nos últimos dez anos foram assassinados em todo o mundo mil jornalistas, o que representa uma média de duas mortes por semana, revelou um estudo do Instituto Internacional para a Segurança da Imprensa (INSI) divulgado a 6 de Março em Londres. De acordo com o documento, intitulado "Killing the Messenger: The Deadly Price of News" ("Matar o Mensageiro: O Preço Mortífero das Notícias2), em dois terços dos casos os alegados assassinos não foram identificados e as probabilidades de reconhecimento são quase nulas, e nove em cada dez crimes saiu impune. No período temporal abrangido pelo estudo (de Janeiro de 1996 a Junho de 2006), os países mais perigosos para o exercício do jornalismo foram o Iraque (138 mortes), a Rússia (88), a Colômbia (72) e as Filipinas (55). O relatório afirma ainda que só um em cada quatro jornalistas foram mortos no contexto de uma guerra ou conflito armado e destaca que 2004 e 2005 foram os piores anos da década estudada, com 131 e 149 assassinatos,

A democracia francesa

Há cinco anos, quando cheguei a França, Le Pen passava à segunda volta das eleições presidenciais. Foi um choque, em terras gaulesas, este segundo lugar do carismático líder da extrema-direita, na primeira volta das presidenciais. Este ano é, novamente, ano de eleições. E, apesar de Jean-Marie Le Pen voltar à carga e se declarar disposto a batalhar novamente pela presidência da França, e apesar do confortável quarto lugar nas intenções de voto dos franceses, se calhar, nem será candidato. Porquê? Por causa da lei eleitoral francesa. Para se ser candidato à presidência, é preciso recolher as assinaturas de 500 presidentes de câmara. Cada presidente - "Maire" - só pode, no entanto, patrocinar uma única candidatura. Mas, como a França tem cerca de 30 mil câmaras municipais, contas feitas, pode haver um total de 60 candidatos à presidência. Isso é na teoria, porque, na prática, a quinze dias do prazo limite para a entrega oficial das candidaturas, dos 46 candidatos a candidatos

Ainda o "Daniel Silva"

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Acabei de ler Morte em Veneza (de que vos falei mais abaixo ) e continuo a recomendar o leitura. Mas o nome do autor também continuava a "trabalhar-me" na cabeça! Um gajo que se chama "Daniel Silva" e afinal é americano... OK, nada do outro outro mundo, há muitos portugueses e lusodescendentes espalhados por este planeta fora. Veja-se a Nelly Furtado ou a Lio (que, aliás, também tem Furtado no nome...)... Assim sendo, pus-me à procura da biografia do senhor. Mas a história do Daniel Silva é bem mais "farfalhuda". O senhor, de português, não tem nem uma gota de sangue. A lusitanidade, adquiriu-a por adopção!!! Pois é, foi adoptado por um português que vivia na América. Encontrei na Visão a história deste "Silva em terra de Smiths. «Não sou português de sangue... Tenho um 'avô' português, pescador açoriano, porque fui adoptado pelo filho dele. Cresci na comunidade lusa de Massachusetts: acolhedora e generosa. Herdei características desta cul

Zeca Afonso: o adeus foi há 20 anos

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A homenagem aqui fica... Venham mais cinco Duma assentada Que eu pago já Do branco ou tinto Se o velho estica Eu fico por cá Se tem má pinta Dá-lhe um apito E põe-no a andar De espada à cinta Já crê que é rei Dàquém e Dàlém Mar Não me obriguem A vir para a rua Gritar Que é já tempo D'embalar a trouxa E zarpar A gente ajuda Havemos de ser mais Eu bem sei Mas há quem queira Deitar abaixo O que eu levantei A bucha é dura Mais dura é a razão Que a sustem Só nesta rusga Não há lugar Pr'ós filhos da mãe Não me obriguem A vir para a rua Gritar Que é já tempo D'embalar a trouxa E zarpar Bem me diziam Bem me avisavam Como era a lei Na minha terra Quem trepa No coqueiro É o rei Mais letras de músicas do Zeca Afonso podem ser encontradas aqui PS: O Unicus acabou de deixar-me um link fabuloso nos comentários: www.anos60.com/portugal/zeca_afonso/home.htm . Clicando nas letras pode-se ouvir a respectiva música. Obrigada, Unicus.

Leitura actual

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Apesar do nome, o autor é americano e o livro é traduzido do inglês. Mas, para quem gosta de romances com um toque de História à mistura, vale a pena e recomendo.

Santo António de Alfama

Não era dia dos namorados, mas estávamos ali sentados a comer cascas de batata como se não houvesse amanhã...

O "sim" não vinculativo...

O "sim" no referendo de domingo recolheu 59,25 % dos votos expressos: O "não" ficou-se pelos 40,75 por cento. Mas como apenas 43,61% dos eleitores foi votar - eu votei - a participação não foi suficiente para tornar obrigatória a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Resta acreditar que o primeiro-ministro vai alterar a lei, como prometeu em caso de vitória não vinculativa do "sim". Por outro lado, interrogo-me: é a nossa democracia ainda muito "jovem" ou os portugueses estão-se mesmo nas tintas para referendos??

O acto sexual e a reprodução

«O acto sexual é para ter filhos» - disse na Assembleia da República, no dia 3 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado num debate sobre a legalização do aborto. A resposta de Natália Correia, em poema - publicado depois pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse ano - fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso: Já que o coito - diz Morgado - tem como fim cristalino, preciso e imaculado fazer menina ou menino; e cada vez que o varão sexual petisco manduca, temos na procriação prova de que houve truca-truca. Sendo pai só de um rebento, lógica é a conclusão de que o viril instrumento só usou - parca ração! - Uma vez. E se a função faz o órgão - diz o ditado - consumada essa excepção, ficou capado o Morgado. (Natália Correia - 3 de Abril de 1982) (Recebido por email)

Legislação dos países da Europa relativa ao aborto

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O mapa é da BBC , que compilou, de forma clara e sintética, a legislação em vigor nos diferentes países europeus. (Clique no mapa para ler o texto da BBC - em inglês)

O aborto e a natalidade

Em França, há mais de 30 anos que o aborto foi despenalizado. França tem, actualmente, a mais elevada taxa de natalidade da Europa dos Vinte e Sete: em 2006, foi atingido o limiar das duas crianças por mulher. A média europeia é de 1,5. "Pourquoi cette vigueur exceptionnelle de la fécondité française ? Parce que les femmes travaillent ! C'est une des raisons fondamentales de ce dynamisme démographique (rapporte RTL). En France, les femmes peuvent occuper un emploi et avoir des enfants sans être regardées de travers. Ce qui n'est pas le cas en Allemagne, par exemple. Dans l'hexagone, le taux d'activité est extrêmement important : 82% des femmes entre 24 et 49 ans sont actives. Et même si tout n'est pas parfait, il existe beaucoup de solutions pour accueillir les jeunes enfants. Places de crèches, assistantes maternelles, nounous. Plus une scolarisation précoce : 35% des petits vont à la maternelle dès 2 ans, et près de 100% à l'âge de 3 ans." In Psychom

Eu voto "sim"

Em nome da liberdade. Votar "sim" no referendo sobre a despenalização do aborto não obriga ninguém a abortar. Votar "não" retira o direito de o fazer a quem precise.

Sobre o "início da vida"

"O pulmão só funciona a partir das 28 semanas. A tiróide só segrega hormonas aos quatro meses. O cérebro só amadurece a partir dos cinco meses, aí os neurónios conseguem permitir ao feto o movimento voluntário. Se perguntar às mulheres quando sentem o primeiro pontapé, todas são unânimes em dizer seis meses. (...) [O coração] Funciona desde as três semanas, mas as válvulas só se formam aos cinco meses e só aí os vasos sanguíneos chegam a toda a parte." Sobre a "banalização" do aborto "Segundo o estudo da APF [Associação para o Planeamento da Família] , a maior parte das mulheres que abortaram usava métodos contraceptivos, abortou até às dez semanas e tinha formação secundária ou superior. A gravidez é um acidente de contracepção e 90% não repete a experiência." As respostas postadas acima, em itálico, são do Dr. Mário de Sousa. "Cientista de proa na procriação medicamente assistida, Mário de Sousa é 'pai' de centenas de filhos de casais infé

O blogue do "sim"...

... publicou um vídeo delicioso sobre a incapacidade das mulheres para decidirem...

As férias grandes do abade Pierre

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Faleceu o abade Pierre. O francês de quem todos os franceses gostavam. O terceiro francês mais importante da história de França (depois de De Gaulle e de Pasteur). O fundador do Emaús. O defensor dos sem-abrigo que, desde os idos de 1954, se bateu para que todos possam ter um tecto. O homem que dizia que Deus andava a gozar com ele e que nunca mais o chamava para aquilo que considerava ser "as férias grandes." Deus chamou-o esta madrugada, aos 94 anos.

Jardins permitidos

Com o Tejo a beijar-me os olhos descobri, a teu lado, jardins permitidos, contigo percorridos, por ti, calcorreados. Com o Tejo a beijar-me os olhos construí pontes, uni margens, criei imagens. Com o Tejo a beijar-me os olhos plantei castelos e procurei tesouros em nuvens de sonhos. Com o Tejo a beijar-me os olhos beijaste-me a Alma e levaste-me, de novo, a Acreditar. (Ao que o futuro nos reserve...) (c) Dulce Dias - 1999-07-08

Alerta: Vírus tempestade é a nova praga virtual

A notícia vem no IDG: Segundo a Sophos, um em cada 200 e-mails que circularam pela internet nas últimas horas está contaminado pela ameaça. (...) O invasor chega por e-mail com uma chamada que promete notícias sobre as tempestades na Europa ("230 Dead as storm batters Europe"), mas também pode conter outros títulos, como "U.S. Secretary of State Condoleezza Rice has kicked German Chancellor Angela Merkel", "A killer at 11, he's free at 21 and kill again!" e "British Muslims Genocide". Saiba mais em http://idgnow.uol.com.br/seguranca/2007/01/19/idgnoticia.2007-01-19.3030468307/IDGNoticia_view

Ainda o aborto

A Dunyazade, no seu Escrita , escreveu um texto fabuloso em defesa da despenalização do aborto, onde desmonta, com realismo e crueza, uma boa parte dos argumentos do "não". Sem copiar todo o post, permitam-me estas transcrições: "(...) Vocês imaginam uma mãe que aceitasse estar nove meses grávida e depois desse esse filho por não ter dinheiro para criá-lo? Imaginem isto implantado à larga escala. As vossas mães a carregarem os vossos irmãos no ventre e depois vocês nunca mais os verem; as vossas mulheres a fazerem o mesmo; as vossas irmãs, as vossas cunhadas. Milhares e milhares de bebés dados todos os anos para adopção. E toda a gente sabe que a vida no orfanato é maravilhosa, não sabe? Com sorte até podia calhar na Casa Pia! Mães deste Portugal a carregarem filhos que nunca mais iam ver." "E um dia, quando o "azar" bater à porta desta malta, espero que as respectivas filhas ou irmãs façam o mesmo. - Ó pai, vê lá, se tu tivesses votado... " No

Compro o que é nosso

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Foi lançada hoje a campanha Compro o que é nosso . Os objectivos da Associação Empresarial de Portugal , que lançou a iniciativa, são criar um novo estado de espírito na sociedade portuguesa, valorizando a produção nacional, a criatividade, o empreendorismo, o trabalho, o esforço e a determinação, e elevar a auto-estima de empresários e trabalhadores mobilizando-os para produzirem melhor e acreditarem que podem vencer o desafio da globalização. Do meu ponto de vista, a iniciativa tem todo o mérito. Mas resta saber se os portugueses vão resistir à tentação das lojas chinesas, que vendem produtos ao preço da uva mijona, preferindo pagar um pouco mais por produtos nacionais. Eu, que moro, em França há quase cinco anos, sempre que possível, deixo as compras para fazer quando vou a Portugal. A roupa portuguesa, por exemplo, é, muitas vezes, melhor do que a confecção francesa; os sapatos então, nem se fala. Por outro lado, quando optamos pelos produtos nacionais estamos a garantir o emprego

Saudosismo ou revivalismo...?

Quero que você me aqueça neste Inverno De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar se você não vem e eu estou a lhe esperar Só tenho você no meu pensamento e a sua ausência é todo meu tormento Quero que você me aqueça neste Inverno e que tudo mais vá pró inferno De que vale a minha boa vida de play-boy se entro no meu carro e a solidão me dói onde quer que eu ande tudo é tão triste não me interessa o que de mais existe Quero que você me aqueça neste Inverno e que tudo mais vá pró inferno Não suporto mais você longe de mim quero até morrer do que viver assim Só quero que você me aqueça neste Inverno e que tudo mais vá pró inferno uou uou Roberto Carlos

Pensamento do domingo...

As calorias são pequenos animais que vivem nos roupeiros e que durante a noite ... apertam a roupa das pessoas.

Acontecimento do ano 2006

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Cuidado com o mercúrio contido nos peixes

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O mercúrio contido no peixe que comemos provoca malformações nos fetos. O alerta é de um novo estudo, que dá conta que uma em cada seis mulheres tem níveis de mercúrio demasiado elevados no organismo. Este poluente ambiental em contacto com a água do mar transforma-se num neurotóxico, que provoca danos na formação do cérebro das crianças, reduzindo as suas capacidades cognitivas. O estudo foi realizado em conjunto pela Health Care Without Harm e pela Health and Environment Alliance. Mas, diz Genon Jenses, desta ONG, não é preciso banir o peixe da alimentação das mulheres: "O que dizemos às mulheres é: 'Em certos momentos da vida, comam certo tipo de peixes, peixes que estão mais em baixo na cadeia. Os peixes muito grandes têm níveis de mercúrio superiores e devem ser evitados'." Esta sexta-feira, em Bruxelas, foi dado o pontapé de saída de uma nova campanha contra o mercúrio. Objectivo: uma interdição total deste metal pesado. Uma medida que a eurodeputada liberal Fr

Modernices linguísticas dos portugueses

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar "afro-americanos" aos pretos - com vista a acabar com as raças por via gramatical - isto tem sido um fartote pegado! As criadas dos anos 70 passaram a "empregadas" e preparam-se agora para receber menção de "auxiliares de apoio doméstico". De igual modo, extinguiram-se nas escolas os "contínuos"; passaram todos a "auxiliares da acção educativa". Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia, tratam-se de "delegados da informação médica". E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em "técnicos de vendas". Os drogados transformaram-se em "toxicodependentes" (como se os consumos de cerveja e de cocaína se equivalessem!); o aborto eufemizou-se em "interrupção voluntária da gravidez"; os gangues étnicos são "grupos de jovens"; os operários fizeram-se de repente "colaboradores"; e as fábricas, essas, vi

O referendo sobre o aborto

Uma das poucas vezes, nos últimos tempos, em que a comunicação social francesa falou de Portugal foi quando foi decidido realizar o referendo sobre o aborto. Os media franceses aguardam agora o resultado da consulta popular do dia 11 de Fevereiro com a mesma expectativa com que aguardam o fim da ditadura na Bielorrússia... Porque em França, só Le Pen e a extrema-direita neonazi é que são contra o aborto. E mesmo Le Pen já desistiu de incluir esse tópico na campanha eleitoral.

Bons exemplos

A França vai criar o direito ao alojamento oponível. Uma lei que obrigará o Estado a fornecer alojamento suficiente. (Falta ver como será aplicada uma tal lei... Argumentos pró e contra não faltam!!) A Alemanha atribui um subsídio de 25 mil euros aos pais de cada recém-nascido desde o dia 1 de Janeiro.

Lema

Para onde o destino nos levar é o lema das Bermudas . Tendo em conta a deriva do nosso país, bem podia ser o lema de Portugal.

Gastroenterite

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Todos os anos, aqui em França, é a mesma coisa: epidemia de gastroenterite! Ela aí está, novamente, após a época natalícia. Segundo dados citados pela rádio France Info , desde meados de Dezembro, 400 mil pessoas já foram atingidas pela doença, que se manifesta por diarreia, fortes dores e náuseas. O limiar da epidemia - de 278 infectados por cada 100 mil habitantes - já foi ultrapassado: certas regiões registam 401 pessoas infectadas por cada 100 mil habitantes. A notícia, em si, seria banal, num qualquer país do terceiro mundo. O que me choca é que ela diz respeito à França, um país rico e dito civilizado. E que, ainda por cima, ela se repete todos os anos: na época de Natal e durante o Verão. A gastroenterite transmite-se por contacto directo entre seres e as formas de evitá-la são tão básicas que até me faz impressão que seja necessário que os médicos venham repeti-las, todos os anos, nas rádios, nas televisões e nos jornais franceses: respeitar a cadeia de frio (isto é, não voltar

Percebes

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Apetece-me percebes. Daqueles que comíamos naquele velho bar, à beira da praia. Eram talvez cinco da tarde. Uma hora perfeita para um BSE fresquinho a acompanhar uns percebes ainda com sabor a mar. A vida tinha, então, um gosto de felicidade bem temperada, um trago de aventura salgada. E de esperança. Esperança num futuro que sabíamos ser nosso. Porque sim. Porque era assim. A vida estava ali, como o mar: à nossa frente. Toda. Inteira. Hoje, apetece-me percebes. Percebes?

Grande distribuição francesa descobre a TV

O ano de 2007 entrou com boas notícias para as marcas de grande distribuição, em França. Desde ontem, dia 1 de Janeiro, os grandes hipermercados, como Carrefour, Auchan e afins, podem - espante-se!!! - fazer publicidade na televisão. Até aqui, era proibido! Mas a autorização vem acompanhada de regras: nada de publicidade aos artigos em promoção, ela deve ser apenas institucional. E para mostrar o preço de um artigo, é preciso que ele reste inalterado durante, pelo menos, 15 semanas!!! As rádios e televisões cá do burgo já foram entrevistar os responsáveis pela publicidade das grandes marcas, que não prevêem aumentos no orçamento publicitário, ms sim uma simples realocação das verbas, tanto mais que, dizem alguns, a televisão não representará mais do que 10 por cento do orçamento global de publicidade!!! E afirmam que o importante mesmo vai continuar a ser os outdoors e os folhetos distribuídos nas caixas do correio... Na minha modesta opinião, tudo isso vai mudar quando descobrirem as

Reflexão para o Ano Novo

Quando perguntaram ao Dalai Lama o que mais o surpreendia no mundo, ele disse que eram os homens, porque, dizia, perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E acrescentava, por pensarem ansiosamente no futuro, esqueceram o presente de tal forma, que acabavam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido. Não garanto que seja mesmo do Dalai Lama, mas mesmo se não for continua a ser uma boa reflexão para o Ano Novo...