Pequeno-almoço na FNAC
(Aqui vai mais um texto meu, repescado do baú das recordações. Foi escrito subitamente no Verão passado e é mais uma homenagem ao Gato da minha vida... ) Pequeno-almoço na FNAC Chaussons aux pommes ou talvez não. Sumo de laranja certamente. E um café. Curto. Eram oito e meia da noite e estávamos a tomar o pequeno-almoço. Naquele sábado sem história, ríamo-nos do mundo e dos outros. Rodeados de livros e discos, sentados nos bancos altos à volta da pequena mesa preta e redonda, éramos felizes. Ao nosso redor, outras gentes, outras vidas passavam com ar atarefado. A noite aproximava-se mas, para nós, o dia acabara de começar. Porque a noite fora longa e terminara à hora a que as convenções dizem ser do jantar. Mas nós alimentávamo-nos de amor e de desejo. Rebolávamos na cama como gatos, ronronávamos palavras de amor e amávamo-nos. Ríamo-nos sem razão, porque basta amar para ser feliz. Estávamos no centro de Lisboa, mas sentíamo-nos no mais longíquo deserto, porque o nosso mundo éramos nós...