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Bem-vindo de novo, Sete Colinas

Estou feliz. Estou muito feliz! Quando comecei a inserir, neste blog, os links de mais gosto, não consegui aceder a um site fantástico, sobre Lisboa, chamado Sete Colinas . Mas, hoje, em busca de livrarias e outros links interessantes, encontrei o Sete Colinas novamente a funcionar. Não sei o que se passou antes, se foi apenas um servidor que caiu, ou se foi algo mais grave... Seja como for, é com muito agrado que vejo o site novamente online Sete Colinas, sê bem-vindo!

Geografia a quatro mãos

Minhas mãos conhecem teu corpo de cor E o meu corpo abandona-se, lânguido, a essas tuas mãos A cada curva, minhas mãos deslizam seguindo a geografia do teu corpo Qual rio serpenteante entre colinas, deslizo na praia da tua pele O rio que, sedento, ansioso corre para se regozijar no mar Mas a barragem da ternura refreia-lhe a anseia da foz Barragem que, no entanto, não impede o rio de encontrar sua terceira margem... Margem feita leito, suave como porcelana e quente como lava impetuosa e húmida Lava ardente a que me rendo, e que me imortaliza qual Pompéia num instante de paixão E descansa, a lava, tranquila como as cinzas de Roma incendiada Tranquila, pois a lava sabe que me lava a alma... E a minha alma sente-se beijada no mais profundo do meu É Enquanto o vulcão adormece novamente no colo do monte de Vênus, após a explosão do êxtase O rio recolhe-se aos poucos no conforto das margens carinhosas depois de ter fertilizado o seu delta e, sábio, acaricia a mata pensando em como é ser igua

Um poema de João Guimarães Rosa

Eu queria dormir longamente... (um sono só...) Para esperar assim o divino momento que eu pressinto em que hás de ser minha. Mas... e se essa hora não devesse chegar nunca?... Se o tempo, como as cousas outras todas, te separa de mim? Então... ah!, então eu gostaria que o meu sono, friíssimo e sem sonhos (um sono só...) não tivesse mais fim...

Um poema de Paulo Bicarato

Quero apenas Minha Sherazade Só mil e uma noites E a esperança De uma noite a mais... Obrigada, Bica. (Ele sabe que eu adoro a escrita dele! ;-))

Links e outras informações

Links e outras informações Nem todos os dias tenho blogado o suficiente, em termos de prosas. No entanto, para os mais desatentos, chamo a atenção para a coluna da esquerda, a qual tenho, aos poucos, tentado enriquecer com links relacionados com os temas que este blog trata, e outros que me interessam. Assim, os leitores têm à disposição um pequeno acervo de links sobre Lisboa , Literatura Portuguesa , Música Portuguesa e Outros Temas Culturais . Para além disso, têm ainda uma secção de Blogs e Sites Pessoais que recomendo , bem como Outros sites recomendados . Haveria muitos outros sites que poderiam integrar esta lista, mas tentando mantê-la dentro dos temas atrás referidos, para já, não conto alargá-la a sites ou blogs que tratem outros assuntos. Por (de)formação profissional, acrecentei alguns sites que, saíndo da temática Lisboa/Literatura/Cultura, não posso deixar de referir. O Emarketeer.net , onde exerço funções de directora de conteúdo; a Janela na Web , com a qual mantenho

Incómodos

Há, em Lisboa, coisas que me incomodam. Coisas que não compreendo porque são assim, e porque não podem ser de outra maneira. Incomodam-me os aparelhos de ar condicionado que despejam sobre quem incautamente passa as suas grossas e desagradáveis gotas de água. Também me incomoda a canalização rota que verte nas velas calçadas portuguesas o precioso líquido, deixando um verde rasto de limos no leito que entretanto, teimoso, cava. Incomoda-me o facto de não perceber a política camarária de limpeza das ruas da cidade. Porque é que há ruas que são lavadas semanalmente e outras que têm direito apenas a uma visita anual da água? Já agora, incomoda-me que as pessoas de uns bairros sejam menos zelosas do seu bairro do que outras, contribuindo para que as ruas estejam sujas, feias e desfiguradas. Ah! Claro - já o disse aqui, mas repito-o -, incomoda-me que haja tanta casa abandonada sem gente em Lisboa. E, já agora, tanta gente abandonada sem casa!

A língua portuguesa

Estive a visitar, como habitualmente, o Gente que Faz , e deparei-me com um excelente post colocado por Miss Mossoró, sob o título Nem só de livros técnicos vive o homem de negócios . Miss Mossoró fala da fraca qualidade da escrita. Fala dos erros de ortografia e mesmo dos de sintaxe. Fala da realidade brasileira actual. Pois é!! Mas podia muito bem estar a falar de Portugal que o panorama seria o mesmo! É certo que a internet tem destas coisas! As pessoas escrevem cada vez pior. A emergência do passar a mensagem leva-nos a escrever cada vez mais rápido, a enviar o e-mail sem o rever, a es k ecer as sílabas complicadas, transformando-as noutras mais simples, a considerar - talvez sem pensar - que o importante da msg é o conteúdo e não a forma! Ora, ao longo de milénios, a forma e o conteúdo andaram de mãos dadas e está convencionado que assim seja! E como a sociedade é feita de convenções, torna-se desastroso alterá-las ad hoc . Recentemente, numa lista de discussão, falava-se sobre

Lisboa em Agosto

É Agosto, mês de férias. Eventualmente, este é um dos melhores meses para se viver em Lisboa. Quem não a ama, consome os dias em infernais filas intermináveis rumo à Costa ou ao Algarve. Quem não a ama, foge daqui a sete pés, em conjunto com todos os outros milhares de pessoas que diariamente para aqui vêm trabalhar, queixando-se do trânsito. Agora, estão todos satisfeitos na mesma fila de trânsito a caminho da mesma praia, onde vão queixar-se todos do mesmo excesso de veraneantes... Eu? Eu fico por Lisboa. Tenho-a toda só para mim! As ruas estão quase desertas, os carros são poucos, os transportes públicos estão libertos e arejados. Lisboa dá-se-me em cada Agosto. Entrega-se-me como uma amante apaixonada e sem peias. E eu retribuo-lhe em dobro o seu amor, com toda a ânsia de quem sabe que o tempo chega ao fim, que Agosto acaba e que os romances de férias têm outras formas de continuação - mas nunca se repetem! Ou talvez só no próximo Agosto!!

Enlaçar-te de carinhos como Amo esta Lisboa

Queria conhecer o teu corpo como conheço esta Lisboa, cada esquina, cada beco, cada rua, cada viela... Queria percorrer-te as linhas, acariciar-te os seios com o deleite de descer Alfama e tocar o Chafariz. Queria descobrir-te os segredos, os gemidos e os ais como desfloro recantos de uma Baixa abandonada. Queria cobrir-te de beijos como abraço a Madragoa e enlaçar-te de carinhos como Amo esta Lisboa. (c) Dulce Dias – 1998-03-20

Calcorrear Lisboa

Enquanto o Sol beija o Tejo desço a Rua do Alecrim aspirando olisipos odores. Para trás fica o Chiado, à espera que "o metro em Pessoa" se abeire da velha Brasileira. Sorvo o ar matinal - invadido de perfumes de mulheres bonitas - e sinto renascer em mim energias redobradas. Uma nova vontade invade-me - com a intensidade das cores dos prédio RECRIAdos que se me imprimem na retina – e impele-me a ir mais alto, mais forte, mais longe. Calcorrear Lisboa é ter coragem de assumir o sonho - todos os sonhos! - é acreditar que tenho direito a tudo, e ter Força para lutar por isso. Calcorrear Lisboa é saber que o mundo é maior que o pensamento, é assumir o NÃO gritado às segundas escolhas, é despir-me de preconceitos e mágoas e vestir-me de luta e de conquista. Como o Martin, eu também tenho um sonho. - E vou lutar por ele! (c) Dulce Dias – 1998-01-19

Do Tejo até Cascais

Há um Tejo a banhar-se nas margens desta Lisboa - e mesmo para lá dela. A trovoada enraiveceu este Tejo manso que se joga sobre a costa como as lavadeiras de antanho batiam as roupas nas pedras da ribeira. Lisboa e o Tejo amam-se. A forma como ele se arremessa sobre ela é a de um amante apaixonado e sequioso de amor e de amplexos de prazer. Em face de mim, um casalinho pouco mais do que adolescente transborda a sua paixão em beijos e pedidos de carinho - logo, logo satisfeitos. O sol invade este velho combóio e uma aura doce liberta-se do jovem casal. O Tejo perdeu o azul da manhã, tornou-se cinzento raiado de espuma branca, e estende se agora ao longo da Marginal, molhada, ela, da chuva de há pouco. Agitadamente, ele, vai murmurando a sua fúria em direcção à barra. O céu quis contrariá-lo. Despiu-se do seu fato cinzento-trovoada e vestiu-se de anil, também ele, no entanto, raiado de branco, do branco das nuvens que passam em fato de passeio. As palmeiras e os abetos que convivem ao lo