A vertigem voraz da vida

Avisaste-me de antemão que não sofresse. 
Desculpa-me se não soube seguir o teu conselho. 
Eu vivo a vida assim: intensamente. 
Expludo-me em miríades de luz e, depois, dilacero-me em pedaços de trevas lançados de mim. 

É a única forma que conheço de viver. 

Não sei evitar o sofrimento nem a dor. 
São sempre o colmatar do meu prazer. 

Mas, Deus!, não me impeçam de sentir o sabor, todo o sabor da Vida. 
Porque a Vida é um vendaval vadio. 
E eu vou no Tornado, no Furacão. 
Não me ponham travões nem me peçam para reduzir a velocidade. 
Não me impeçam de sentir a vertigem voraz de viver a Vida intensamente. 

(c) Dulce Dias - 1999-05-10

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