Durão Barroso discursou hoje no Parlamento Europeu. A eurocâmara tem esta característica fantástica: é a única instituição europeia que tem 20 - VINTE - línguas oficiais de trabalho, tantas quantas as línguas oficiais principais dos 25 Estados membros da União Europeia. Premissa: cada eurodeputado, isto é, cada representante eleito pelos cidadãos europeus, tem o direito de se exprimir e de ouvir na sua própria língua. Para tal, uma bateria de tradutores-intérpretes trabalha para o Parlamento Europeu. É uma máquina linguística que custa, anualmente, 225 milhões de euros ao erário público europeu - isto é, 50 cêntimos a cada um de nós, a cada um dos 450 milhões de habitantes europeus, todos os anos. Ora, Durão Barroso fez tábua rasa da premissa, armou-se em despesistas e resolver falar em todas as línguas que aparentemente conhece, negando aos 24 eurodeputados portugueses o direito - consagrado no regulamento do europarlamento - de ouvirem o discurso de um político português em português